Apologética é muitas vezes definida como a "defesa da fé". Porém a
apologética de Cornélius Van Til, professor de longa data do Seminário de
Westminster, na Filadélfia, foi mais ofensiva do que defensiva. Ele viu a
apologética como o meio pelo qual podemos desmascarar os pressupostos dos
sistemas não-cristãos de pensamento, expondo-os como religiões baseadas em fé
arbitrária no próprio homem. A Apologética de Van Til exige que os cristãos
estejam profundamente conscientes de seus pressupostos: que devem ser regidos
pelas Escrituras em casa pensamento, palavra e ação.
A Apologética do Seminário de Westminster, portanto, é mais do que a
"defesa da fé", ela é também a
"Teoria cristã do conhecimento", pois, em sua apologética, aprendemos
que a Palavra de Deus deve ser o axioma (princípio primeiro) para todo
pensamento humano.
Em Westminster, é essa abordagem de base para o conhecimento que está por trás,
não apenas do nosso ensino em apologética, mas de todos os outros campos. Todos
os nossos professores buscam em suas respectivas disciplinas "levar cativo
todo pensamento á Jesus Cristo" (2 Coríntios 10:5).
É por isso que nos departamentos do Antigo e Novo Testamento não devemos
permitir que os alunos se contentem com o convencionalismo da erudição bíblica.
Podemos ver que essa bolsa muitas vezes rejeita aquilo que Deus nos diz na
Escritura; na verdade, em grande parte, opera nos pressupostos de que
acontecimentos sobrenaturais são impossíveis. Em Westminster, estamos conscientes
de que, se milagres são impossíveis, então o Deus bíblico também é impossível.
Nós, não anti-intelectualistas, insistimos na interpretação das Escrituras,
exatamente como tem sido feito em nossa tradição; mas não acreditamos em uma
espécie de “progresso” que remova os alicerces da fé cristã -, que Deus agiu na
história, visivelmente e milagrosamente. Procuramos ser estudiosos da Bíblica,
responsáveis para com os dados da linguística e da história, mas,
especialmente, responsáveis para com as normas das Escrituras em si.
Na teologia sistemática, também buscamos conhecer as Escrituras no caminho de
Deus. As sistemáticas tendem a ser topicamente ordenadas, ao invés de
historicamente ordenadas como em outros estudos bíblicos. Mas em todas as
coisas, reconhecemos nossa obrigação de pressupor a verdade da revelação de
Deus em todos os pontos e atacar os adversários expondo seus falsos
pressupostos.
Na teologia prática, nossos alunos aprendem a praticar métodos de
aconselhamento bíblico (como o desenvolvido por Jay Adams) e não as psicologias
da moda. A pregação deve ser a proclamação da Palavra de Deus, e não ideias de homens,
para que nossos alunos aprendam a serem meticulosos na elaboração de seus
sermões e não fugirem das ideias transmitidas nos textos bíblicos.
Evangelismo, Educação Cristã, Plantação de Igrejas: toda disciplina
"prática" repousa sobre a mesma visão de epistemologia (conhecimento)
cristã.
A disciplina da História da Igreja aqui, não se limita a descrever
acontecimentos passados, mas também pretende avaliá-los, segundo os padrões
bíblicos. Assim, podemos aprender com o passado, para que os nossos ministérios
presentes possam sem mais bíblico.
Assim, a apologética é encontrada em todo o nosso currículo. Em cada curso, os
alunos aprendem a desmascarar os inimigos do cristianismo e avaliar suas
pressuposições por critérios bíblicos. Em cada curso, os alunos aprendem a
julgar os espíritos de nossa época pelos critérios da Palavra de Deus. Em cada
curso, eles aprendem conteúdos e métodos que são autenticamente bíblicos.
Peço que roguem por nós, para que possamos realizar estas intenções de maneira
cada vez mais consistente, de maneira que possamos contribuir mais e mais como
embaixadores de Cristo neste mundo descrente.
Referência:
Texto retirado do site: http://www.frame-poythress.org/apologetics-at-westminster-seminary/
ás 14:35, 04/10/2013. Traduzido por Fabrício de S. Zamboni.
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