sábado, 5 de outubro de 2013

Apologética no Seminário de Westminster

                           Apologética é muitas vezes definida como a "defesa da fé". Porém a apologética de Cornélius Van Til, professor de longa data do Seminário de Westminster, na Filadélfia, foi mais ofensiva do que defensiva. Ele viu a apologética como o meio pelo qual podemos desmascarar os pressupostos dos sistemas não-cristãos de pensamento, expondo-os como religiões baseadas em fé arbitrária no próprio homem. A Apologética de Van Til exige que os cristãos estejam profundamente conscientes de seus pressupostos: que devem ser regidos pelas Escrituras em casa pensamento, palavra e ação.

A Apologética do Seminário de Westminster, portanto, é mais do que a "defesa da fé", ela é também  a "Teoria cristã do conhecimento", pois, em sua apologética, aprendemos que a Palavra de Deus deve ser o axioma (princípio primeiro) para todo pensamento humano.

Em Westminster, é essa abordagem de base para o conhecimento que está por trás, não apenas do nosso ensino em apologética, mas de todos os outros campos. Todos os nossos professores buscam em suas respectivas disciplinas "levar cativo todo pensamento á Jesus Cristo" (2 Coríntios 10:5).

É por isso que nos departamentos do Antigo e Novo Testamento não devemos permitir que os alunos se contentem com o convencionalismo da erudição bíblica. Podemos ver que essa bolsa muitas vezes rejeita aquilo que Deus nos diz na Escritura; na verdade, em grande parte, opera nos pressupostos de que acontecimentos sobrenaturais são impossíveis. Em Westminster, estamos conscientes de que, se milagres são impossíveis, então o Deus bíblico também é impossível. Nós, não anti-intelectualistas, insistimos na interpretação das Escrituras, exatamente como tem sido feito em nossa tradição; mas não acreditamos em uma espécie de “progresso” que remova os alicerces da fé cristã -, que Deus agiu na história, visivelmente e milagrosamente. Procuramos ser estudiosos da Bíblica, responsáveis para com os dados da linguística e da história, mas, especialmente, responsáveis para com as normas das Escrituras em si.

Na teologia sistemática, também buscamos conhecer as Escrituras no caminho de Deus. As sistemáticas tendem a ser topicamente ordenadas, ao invés de historicamente ordenadas como em outros estudos bíblicos. Mas em todas as coisas, reconhecemos nossa obrigação de pressupor a verdade da revelação de Deus em todos os pontos e atacar os adversários expondo seus falsos pressupostos.

Na teologia prática, nossos alunos aprendem a praticar métodos de aconselhamento bíblico (como o desenvolvido por Jay Adams) e não as psicologias da moda. A pregação deve ser a proclamação da Palavra de Deus, e não ideias de homens, para que nossos alunos aprendam a serem meticulosos na elaboração de seus sermões e não fugirem das ideias transmitidas nos textos bíblicos.

Evangelismo, Educação Cristã, Plantação de Igrejas: toda disciplina "prática" repousa sobre a mesma visão de epistemologia (conhecimento) cristã.

A disciplina da História da Igreja aqui, não se limita a descrever acontecimentos passados, mas também pretende avaliá-los, segundo os padrões bíblicos. Assim, podemos aprender com o passado, para que os nossos ministérios presentes possam sem mais bíblico.

Assim, a apologética é encontrada em todo o nosso currículo. Em cada curso, os alunos aprendem a desmascarar os inimigos do cristianismo e avaliar suas pressuposições por critérios bíblicos. Em cada curso, os alunos aprendem a julgar os espíritos de nossa época pelos critérios da Palavra de Deus. Em cada curso, eles aprendem conteúdos e métodos que são autenticamente bíblicos.

Peço que roguem por nós, para que possamos realizar estas intenções de maneira cada vez mais consistente, de maneira que possamos contribuir mais e mais como embaixadores de Cristo neste mundo descrente.

Referência:
Texto retirado do site: http://www.frame-poythress.org/apologetics-at-westminster-seminary/ ás 14:35, 04/10/2013. Traduzido por Fabrício de S. Zamboni.

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