Por Fabrício Zamboni.
Dostoiévski disse o contrário. E eu concordo com ele considerando o
sentido em que ele afirmava tal asserção. Ora, se Deus não existe, então não
existe algo que me obrigue a manter um comportamento, seja ele de amor, de
paciência, de empatia, de honestidade, etc. Sem Deus, tais valores e deveres
não passam de apenas preferências pessoais sem significado ou meras convenções
sociais. Portanto, neste caso, agir com amor tem exatamente o mesmo peso de
agir com ódio. Assim como viver do mesmo modo de Hitler tem o mesmo peso de
viver como um monge. Não há nenhuma diferença significativa. Sem Deus, perdem-se
as regras!
Mas existe também um sentido no qual podemos afirmar que se Deus não
existe, então nada é permitido. A racionalidade é este sentido. Para sermos
racionais, nós temos o "dever" de raciocinar com base nas leis da
lógica, evitando as chamadas falácias filosóficas. Existe uma regra. A
primeira premissa deve seguir
logicamente até a conclusão.
Mas, o que Deus tem a ver com isso?
Na verdade, ele tem tudo a ver com isso. John M. Frame, em seu ilustre
trabalho de apologética pressuposicionalista e epistemologia, demonstra com muita
habilidade que o campo da epistemologia, a qual abrange as justificações
de crenças é uma subdivisão da ética. Segundo ele “A correlação entre a ética e a epistemologia salienta a nossa ênfase à
centralidade das pressuposições. Se estou certo, toda crença pressupõe um juízo
de valor ético. Quando uma pessoa afirma conhecer alguma coisa, também está
afirmando que está sob certa obrigação ética e que tem certo direito ético.
Mas, se as alegações de conhecimento pressupõe juízos de valor dessa maneira,
então conhecimento ético ou religiosamente “neutro” é coisa que não existe.".
Frame mostra que toda crença que pretende ser racional está automaticamente comprometida com algum padrão ético, geralmente aparece como pressuposições ocultas. Por exemplo, em um diálogo com alguém que se considera ateu materialista, no momento em que o mesmo está justificando sua crença ele está pressupondo seu direito ético de crer no que crê e também está demonstrando sua obrigação (como resultado de uma implicação “lógica”) ética de crer no que crê.
Semelhante à linha de raciocínio de Frame, o pastor e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie Davi Charles Gomes afirma: “Não existe a possibilidade de reflexão epistemológica sem algum tipo de pressuposto. São, primordialmente, de caráter moral e envolvem implicações morais. Em última instância, são de natureza religiosa, dependendo de posicionamentos de fé. Mestres cristãos e não-cristãos mantêm posições de fé. Quando analisa uma equação matemática e pressupõe a possibilidade de encontrar resposta verdadeira para o problema em razão da crença de que Deus criou um mundo assim estruturado, o cristão utiliza um pressuposto de natureza religiosa. Quando um matemático analisa a mesma equação e pressupõe desnecessária a consideração de um Deus para justificar a verdade que deseja encontrar, o pressuposto de que a verdade existe sem necessidade de referência a um Criador, de que a verdade importa, mesmo que o mundo seja mero produto de existência material ao acaso e sem significado transcendente, tal pressuposto também será de natureza religiosa, ainda que apenas em forma de negação.”
Nas Escrituras o conhecimento está intimamente ligado com a moral. Por exemplo:
“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Provérbios 1:7
“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a
virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade,
E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade.” 2 Pedro 1:5-7Frame mostra que toda crença que pretende ser racional está automaticamente comprometida com algum padrão ético, geralmente aparece como pressuposições ocultas. Por exemplo, em um diálogo com alguém que se considera ateu materialista, no momento em que o mesmo está justificando sua crença ele está pressupondo seu direito ético de crer no que crê e também está demonstrando sua obrigação (como resultado de uma implicação “lógica”) ética de crer no que crê.
Semelhante à linha de raciocínio de Frame, o pastor e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie Davi Charles Gomes afirma: “Não existe a possibilidade de reflexão epistemológica sem algum tipo de pressuposto. São, primordialmente, de caráter moral e envolvem implicações morais. Em última instância, são de natureza religiosa, dependendo de posicionamentos de fé. Mestres cristãos e não-cristãos mantêm posições de fé. Quando analisa uma equação matemática e pressupõe a possibilidade de encontrar resposta verdadeira para o problema em razão da crença de que Deus criou um mundo assim estruturado, o cristão utiliza um pressuposto de natureza religiosa. Quando um matemático analisa a mesma equação e pressupõe desnecessária a consideração de um Deus para justificar a verdade que deseja encontrar, o pressuposto de que a verdade existe sem necessidade de referência a um Criador, de que a verdade importa, mesmo que o mundo seja mero produto de existência material ao acaso e sem significado transcendente, tal pressuposto também será de natureza religiosa, ainda que apenas em forma de negação.”
Nas Escrituras o conhecimento está intimamente ligado com a moral. Por exemplo:
“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Provérbios 1:7
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” 2 Coríntios 10:4-6
“Pois mudaram a verdade de Deus
em mentira, e honraram e serviram
mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente.” Romanos 1:25
A cosmovisão cristã oferece todo apoio ético/moral. O cristão tem o
dever de viver conforme a verdade (1 Jo 3). Mas o que oferece uma cosmovisão
que tira Deus do cenário? Ela não pode oferecer nada de valor. Sendo assim, é
uma crença que se autodestrói. Impossível de ser afirmada. O ateu quer ser
lógico, mas a lógica traz consigo um poder ético. E se tem poder ético isso
significa que o ateu é aquele que pretende usar algo (no caso, a lógica) contra
Deus, mas na verdade esta lógica aponta contra si mesmo.
Concluímos, portanto, que sem Deus
nada é permitido no campo da razão. Cornelius Van Til disse algo que
corrobora com a implicação deste título: “O
que eu defendo não é que a crença em Deus seja tão razoável quanto qualquer
outra crença, ou um pouco ou infinitamente mais provável do que qualquer outra
crença; o que eu defendo é que a menos que você creia em Deus, você não pode racionalmente crer em mais
nada.”. Se você está atrás da razão, saiba que a fórmula para
você encontrá-la é esta: Olhe para a lei de Deus (Gl 2:19). Arrependa-se de
seus pecado (Mt 3:2), e confie toda sua vida no Logos (Jo 1:1) que se encarnou.
Referências:
FRAME, John M., A Doutrina do Conhecimento de Deus, ed. Cultura Cristã.
GOMES, Davi Charles, Como Sabemos? O professor e as teorias do conhecimento. Fides Reformata XIII, Nº 2 (2008).
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